Lavoura Seca
A face oculta da celulose
A face oculta da celulose
Texto e fotos de Eduardo Seidl**
As empresas de celulose chegaram ao estado no início da década como a solução para um problema que começava a tomar as páginas dos jornais: a pobreza da região sul do estado. Com promessas de geração de emprego, desenvolvimento, enriquecimento para todos e apoio governamental irrestrito, as lavouras de madeira para celulose cresceram com a mesma rapidez e irresponsabilidade das licenças ambientais.
Patrocinando quantidade de meios de comunicação, empresas de celulose blindaram pautas positivas multiplicadas pela mídia. Imitações de livros didáticos foram presenteadas para escolas públicas em todo estado. A estratégia parecia estar muito bem armada até serem surpreendidos pela quebra do jogo econômico no qual se sustentavam.
As experiências vividas com o vizinho Uruguai não serviram de exemplo. A paisagem da pampa mudou. As práticas econômicas também. Diversos produtores rurais trocaram os rebanhos e lavouras de alimento pelas fileiras de árvores exóticas. O arrependimento atinge boa parte desta população. As perdas com as bolsas comprometem metas de produção e preços da matéria prima para celulose. A biodiversidade já está ameaçada. Em alguns lugares do estado, areais crescem diariamente. A desertificação da pampa já está em processo. O que fazer com hectares de tocos de eucalipto em terras secas? A retomada das tradicionais produções não receberá os subsídios e incentivos que teve o plantio de eucaliptos.
Todavia, não se fala das conseqüências econômicas e ambientais disto de forma contextualizada. A intensidade da afiada seca pode não ser só a conseqüência da falta de chuvas. A proliferação de tantas gripes e febres pode não ser só culpa do porco.
As empresas de celulose chegaram ao estado no início da década como a solução para um problema que começava a tomar as páginas dos jornais: a pobreza da região sul do estado. Com promessas de geração de emprego, desenvolvimento, enriquecimento para todos e apoio governamental irrestrito, as lavouras de madeira para celulose cresceram com a mesma rapidez e irresponsabilidade das licenças ambientais.
Patrocinando quantidade de meios de comunicação, empresas de celulose blindaram pautas positivas multiplicadas pela mídia. Imitações de livros didáticos foram presenteadas para escolas públicas em todo estado. A estratégia parecia estar muito bem armada até serem surpreendidos pela quebra do jogo econômico no qual se sustentavam.
As experiências vividas com o vizinho Uruguai não serviram de exemplo. A paisagem da pampa mudou. As práticas econômicas também. Diversos produtores rurais trocaram os rebanhos e lavouras de alimento pelas fileiras de árvores exóticas. O arrependimento atinge boa parte desta população. As perdas com as bolsas comprometem metas de produção e preços da matéria prima para celulose. A biodiversidade já está ameaçada. Em alguns lugares do estado, areais crescem diariamente. A desertificação da pampa já está em processo. O que fazer com hectares de tocos de eucalipto em terras secas? A retomada das tradicionais produções não receberá os subsídios e incentivos que teve o plantio de eucaliptos.
Todavia, não se fala das conseqüências econômicas e ambientais disto de forma contextualizada. A intensidade da afiada seca pode não ser só a conseqüência da falta de chuvas. A proliferação de tantas gripes e febres pode não ser só culpa do porco.
** Eduardo Seidl é repórter fotográfico do jornal Correio do Povo, de Porto Alegre. Este ensaio é o "Ensaio" (!) do Jornal da Ufrgs do mês de junho/2009.
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