segunda-feira, 28 de julho de 2008

Divagações em um palco vazio


César Glockner, o fantasma da ópera


O Walter Karwatzky estava silencioso!


Barbara Barreiros e Bete Rocha, nas alturas...


Xyko Seabra, que a D. Eva não te veja aí jogado!


Simone Pasin, meu tripé, e a Taiane Agnoletto, rapidinho.


Marcelo Hoffmann, observado pelas entidades...


Letícia Soninho Lampert


Dá esse talento pra mim, anda!!! (Mateus Bruxel, a vítima, Marcelo, o algoz).


Fotos: Flávio Dutra ('roubou', fotografando com digital)

Há 3 anos desenvolvemos no Projeto Contato um trabalho que chamamos de Projeto Porto Alegre. No começo dos tempos (ok, ao menos do nosso tempo de existência enquanto grupo) a idéia veio como uma maneira de criarmos corpo, de darmos consistência ao que pensávamos como fotografia, de aglutinar pessoas e de fazermos uma das coisas que sempre consideramos ser o que melhor sabíamos fazer (além de fotografar, espero!): discutir e conversar sobre imagem, sobre as maneiras de fazê-las, sobre como elas funcionam e como elas não funcionam, sobre o que se deve olhar, com o que se deve preocupar e ao que não se deve dar bola. Sempre de uma maneira pouco ortodoxa (sempre consideramos que o nosso “melhor” pode ser radicalmente diferente do “melhor” de qualquer outra pessoa – desde que nos convençam disso, claro :)). Abri o parêntese, mas vou continuá-lo como frase (assim eu escreveria se fosse Nelson Rodrigues): o que disse no parêntese pode parecer arrogância disfarçada de brincadeira, mas na verdade é o que é pra ser. Gostar ou não gostar, não importa. Importa a intenção ou o projeto de quem fotografa. Qualquer imagem, a serviço de uma intenção, pode valer. O que não vale é a imagem que não alcança a sua intenção, em que o discurso sobre a imagem é maior do que o que ela é capaz de mostrar. E isso não significa, de forma alguma, não aceitar o quanto de casual, de acaso tem toda imagem. Não! Sabemos (o plural não é majestático e sim referente a nós como grupo, Nede, Lúcia e eu) e temos certeza que toda imagem carrega um tanto de acaso e sabemos que isso é uma das coisas mais legais em fotografia. Mas acreditamos que a imagem tem que ter a força e a capacidade de dar conta das intenções do fotógrafo. Se não, vira antropologia, filosofia, tese, outra coisa. Isso também não significa exigência de um purismo, no sentido de que a imagem se basta. Sabemos que a imagem não se basta para constituir sentido. Mas o contrário disso não pode e não deve ser a necessidade da tese. Termino a frase (e o parêntese) e volto ao que iniciava a dizer antes. O corte que decidimos dar ao Projeto POA foi o de fazer saídas a lugares e eventos da cidade, mas com uma técnica específica: fotografia analógica, com filmes em p&b de revelação convencional. Uma tentativa conservadora, digamos assim, em um momento em que o digital começava a se impor (não parece, mas é verdade: o digital não está por aí há tanto tanto tempo). O projeto cresceu, fotografamos lugares pouco “nobres” da cidade (a rodoviária, por exemplo) ao lado de eventos da mais fina tradição porto-alegrense (a Feira do Livro, por exemplo). Tivemos saídas com mais e com menos gente, mas sempre encontramos um monte de gente disposta a conversar, fotografar, exercitar o olhar. Depois de algum tempo sem termos uma boa idéia de “pra onde ir na próxima saída?”, organizamos no final de semana passado uma edição matutina, de sábado (um sábado lindo, aliás) no Theatro São Pedro. Um mote óbvio, já que ele está completando 150 anos em 2008. E quantas coisas têm 150 anos em Porto Alegre? Para além do dia, o clima (a “atmosfera”) estava ótimo. Nos sábados pela manhã a Orquestra de Câmara do Theatro ensaia em um dos foyers. Entramos pelos fundos do palco e, naquele teatro vazio e silencioso, ecoava o som da orquestra. Muito inspirador. Passamos a manhã ali. Lindo, numa maneira insólita de ver a cidade, pensando que é possível ver a cidade através dos seus ícones e pensando como o Theatro São Pedro é um dos maiores ícones dessa cidade. Queria escrever sobre as diferenças entre fotografar analogicamente e fotografar digitalmente. Mas já foram parênteses demais e curvas demais. Fico com assunto para a próxima postagem. Ufa! :)

P.S. Além dos fotografados que aparecem, estavam com a gente a Mariana Boeira, a Luciana Lee, a Eva Benites, a Clara Bica. A Débora Piva não pode ir na última hora, mas vai, certo, na próxima! ;)

P.S. 2 Tudo terminou em um lauto almoço, no Gambrinus!

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Retrospectiva Flavio Damm, no MARGS





Fotos: Flávio Damm

Vai acontecer em agosto, no MARGS, a primeira grande retrospectiva do trabalho de Flávio Damm, em Porto Alegre. Flávio é um dos mais tradicionais fotojornalistas em atividade no país. Fotografou para a revista do Globo e, depois, no Rio de Janeiro, para a O Cruzeiro. Esta revista foi um dos marcos da moderna fotografia de imprensa no Brasil, trazendo para estas bandas, a partir dos anos 40, muito do que se fazia nos EUA e na Europa com a Life, a Picture Post, a Match, a Vu, etc. Pela O Cruzeiro passaram grandes nomes do fotojornalismo brasileiro. Além de Damm, José de Medeiros, Pierre Verger, Jean Manzon, Luis Carlos Barreto, entre outros.

A abertura da exposição será no dia 5/08 e Flávio pediu que nós, do Projeto Contato, organizemos uma lista de pessoas interessadas em fotografia que queiram brindar com ele este retorno. Se você quiser participar, entre no link http://www.projetocontato.com/, clique em "contato" e nos mande seu nome e endereço eletrônico. Vai ser uma grande festa, com uma grande e importante figura da fotografia brasileira. O prazo para a montagem da lista é dia 30/07.

Abaixo um texto com a biografia do incansável e imparável Flávio Damm.

FLÁVIO DAMM, nascido em 1928 e que completa 64 anos de fotojornalismo, começou sua atividade, em 1944, na “Revista do Globo”, em sua cidade natal, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, onde publicou as primeiras fotos do ex-ditador Getúlio Vargas no exílio, em 1947, numa fazenda na fronteira com a Argentina. Essas fotos foram divulgadas na imprensa mundial, pelo fato de mostrarem Vargas após dois anos sem permitir suas imagens na mídia. Elas marcaram o primeiro momento do que viria a ser a volta de Getúlio ao poder, democraticamente eleito em 1950. Durante dez anos, Flávio Damm trabalhou na revista “O Cruzeiro”, no Rio de Janeiro, onde, além de fotografar, escrevia os textos de suas reportagens, o que lhe deu a oportunidade de ser correspondente nos Estados Unidos, em 1957/58. Em 1953, cobriu a Coroação da Rainha Elizabeth da Inglaterra e, em 1957, acompanhou a Rainha em sua viagem ao Canadá e Estados Unidos. No mesmo ano, foi o único jornalista brasileiro presente em Cabo Canaveral a fotografar a explosão do foguete que levaria ao espaço o primeiro satélite americano, o Vanguard. Durante a construção de Brasília, convidado por Oscar Niemeyer, entre 1958 e 1961, documentou o surgimento da nova capital, traduzindo em imagens fotográficas o traçado criado na prancheta pelo genial arquiteto. No Brasil, foi correspondente da agência americana de notícias “Black Star”. Ilustrou o livros “Bahia de Todos os Santos” e “Bahia Boa Terra Bahia”de Jorge Amado e “Pernambuco Sim” de Gilberto Freyre. Fotografou Candido Portinari durante os seus dois últimos anos de vida, trabalho que resultou no único documentário fotográfico sobre o pintor. Flávio Damm foi fundador do Projeto Portinari, em 1976, e diretor da Associação Cultural Candido Portinari, entre 1995 e 1997. Reeditou uma edição de luxo da obra “Dom Quixote” composta de vinte e seis desenhos a lápis de cor, implantando no Projeto Portinari um trabalho editorial e produção de exposições de réplicas da obra do pintor. Oito dessas exposições estão, atualmente, sendo exibidas em todo o Brasil. Publicou, em 1972, o livro “Um Candido Pintor Portinari”(edição esgotada), uma foto biografia, mostrando a intimidade profissional do artista com fotos inéditas, inclusive o seu último retrato feito seis dias antes da sua morte, em 1962. Iniciou em 2006 a série fotográfica “Pelos Brasis Afora”, com textos de sua autoria que acompanham as fotos, editando os livros “Bahia Anos Cinqüenta” e “Um País Em Seu Tempo”. Flávio Damm tem dezesseis livros publicados. Expôs na França, Suíça, Argentina, Alemanha e no Brasil. Em 1997, ganhou o Premio Pirelli e expôs no MASP, Museu de Arte de São Paulo e uma Retrospectiva na Pinacoteca de São Paulo, em 2005. Tem suas fotos em coleções de museus e de particulares. Fotografa em preto-e-branco, usando apenas a luz ambiente, e tem um acervo de cerca de sessenta mil negativos catalogados. Sua atividade jornalística lhe valeu três malárias e uma prisão pelo exército de Perón, na Argentina, em 1951. Em 1960, escapou de morrer em um acidente de avião, que vitimou todos os 59 passageiros e tripulantes, por ter desistido de embarcar na última hora. Em 1951, fotografou, no Maranhão, um tiroteio que durou 22 minutos e que resultou em doze mortes; na Bolívia documentou a revolução que levou Paz Estensoro ao poder, com um saldo de cerca de dois mil mortos, todos com direito a enterros acompanhados por banda de música. Participou da expedição chefiada por Orlando Villas-Boas, ao Brasil Central, que localizou os ossos do explorador inglês Fawcett, nas margens do Rio Kuluene, um afluente do Rio das Mortes. Flávio Damm dedica-se atualmente a fotografar exclusivamente para publicar livros e fazer exposições. Leva sua câmara por onde vai; escreve e produz projetos culturais. Sua fotografia, hoje, persegue uma linha de trabalho desvinculada da reportagem, registrando cenas de pessoas em suas atitudes mais singelas, vendo-as de forma respeitosa, bem humorada e absolutamente impessoal, tendo a preocupação de gravar o “momento decisivo”, sem manter qualquer tipo de contato – antes, durante ou depois – com os seus personagens, numa aproximação que demanda uma perfeita coordenação do olhar, do corpo e do espírito, o que permite captar o momento que reúne os componentes plásticos e psicológicos para que a imagem final, sempre em preto-e-branco, tenha o melhor significado humano possível. Parou de contar o número de viagens feitas pelo Brasil quando completou novecentos e trinta; ao exterior viajou sessenta e sete vezes. Como recordação de suas andanças pelo mundo, tem uma coleção de pedras recolhidas em mais de 250 lugares, incluindo exemplares da Muralha da China, Santiago de Compostela, Gibraltar, de Auschwitz, de Monsanto, do Taj Mahal e de Cadiz, a mais antiga cidade do ocidente.
Flávio Damm é verbete do DICIONÁRIO NUNGESSER DE FOTOGRAFIA, editado em Berlim, Alemanha.
Escreve coluna para a Revista PHOTO MAGAZINE e para o “site” http://www.photos.com.br/
Flávio Damm é titular do “Concurso Flávio Damm de Fotografia” pela Fundação Assis Chateaubriand”, Jornal “Correio Brasiliense”, Brasília, DF.
Rio, julho de 2008.

sábado, 19 de julho de 2008

Dona Anna, dona Aracy


Dona Aracy, dona Anna

Vou estar (!) bem longe de ser o primeiro a escrever isso, mas certamente uma das coisas mais legais em profissões que envolvem relacionar-se com outras pessoas é viver entrando em casas, escritórios, consultórios alheios, ouvindo histórias, encontrando jeitos de viver diferentes e parecidos com os da gente. Ontem fui fotografar uma coluna do jornal (da UFRGS, um mensal bacana, bem cuidado, bem editado e trabalhado com carinho por todo mundo, que pode ser visto também em http://www.ufrgs.br/comunicacaosocial/jornaldauniversidade/) chamada Perfil. Sempre alguém ligado à universidade, com uma boa história. Buenas, a foto de ontem era da dona Anna, ex-bibliotecária da Escola de Engenharia, aposentada há-sei-lá-quanto-tempo, de 80 anos. A pauta dizia "gosta de ler". "Gosta de ler", hmmmm.... "bibliotecária", hmmmm.... ela na frente da estante de livros, tá feita a foto. Cheguei lá, sentamos, conversamos um pouco e lancei a pergunta. "Vamos fazer a foto, dona Anna? Que tal junto com seus livros?" Me respondeu ela, "Que livros, meu filho? Eu lá sou velha de ficar juntando papel em casa?" Hmmmm, meu mundo caiu (diria Maisa)! "Como, 'não tenho livros'? A sra. não gosta de ler?" "Gostar de ler eu gosto, mas precisa ter livros em casa pra gostar de ler? Lugar de livro é na biblioteca, ora bolas! Além do mais, o que eu gosto mesmo de fazer é ver novela. Eu e a dona Aracy, a vizinha do 52. Sempre vemos juntas. Vim morar aqui e logo ficamos amigas. Imagina, eu podia ser traficante de drogas e ela foi logo ficando minha amiga". Tentei emendar o papo, me fazendo de entendido, perguntei se ela tava gostando de A Favorita. "Não, essa é muito tarde. Gosto mesmo é da novela das 6" :) Eu já era todo sorrisos, internos e externos. Resolvi fazer uma foto dela no sofá, segurando uma revista. "Gosta de ler", eu, preso na pauta. Depois, me levou pra ver o apartamento, antigo, na Borges. Dona Anna é organizadíssima. Tem bilhetes pra todo lado. "Não deixe pratos sujos na pia"; "Antes de deixar o prato sujo para lavar, limpe-o com um papel"; "Ao sair, desligue a luz, tranque o gás, verifique as trancas" Bilhetes pra ela mesma, veja bem ... Tava indo embora, me despedindo, e ela me convida pra conhecer a dona Aracy, "tenho a chave do apartamento dela e ela tem a chave do meu apartamento". Entramos, veio dona Aracy que imediatamente emendou "Tu também é careca!", e uma gargalhada. Dona Aracy tem 85 anos e agora tá fazendo uma quimioterapia que a fez perder parte dos cabelos. Depois, me levou pra conhecer a casa. Ela acha engraçadíssimo que tem uma copa com portas por dois lados: ela nunca sabe por onde é a entrada e por onde é a saída! Ia embora quando, finalmente (ô, demorou hein?), me "livrei"da pauta ("gosta de ler"). Tirei a máquina e fiz vááárias fotos das duas. "Meu filho, pra que tanto retrato?" Na saída, nos despedimos e dona Anna, avisando, disse pra dona Aracy "5 e meia venho pra gente ver Malhação". Eu, não mais com sorrisos internos, tava virado em gargalhadas internas. Livrei 78 quilos da semana que ia pelo meio! E ainda tivemos tempo pra ver o depósito do prédio, que a dona Anna organizou. Preciso de uma bibliotecária na minha vida!

P.S. Hoje, 19/07, 16h, tem Pipoca e Fotografia no Projeto Contato: War Photographer, sobre o James Nachtwey.

Trilha sonora: Lou Reed, Animal Serenade, Candy Says

Atualização: 21/06/2009: Dona Anna me ligou hoje pedindo as fotos. "Mas eu já lhe mandei as fotos, Dona Ana." "Entregou duas, mas eu quero TODAS as outras! Pode fazer tudo duplo, pra mim e pra Aracy. E depois só me diz quanto foi, não tem problema. Mas me avisa antes, por que não uso cheque, não tenho cartão de crédito e comigo é tudo em dinheiro sonado!" "Tá bom, dona Anna vou fazer as fotos e levo aí pra senhora." "Certo, meu filho. Mas traz até o final do mês porque o filho da Aracy vai casar e ela vai embora pra Belo Horizonte". "Mas deixa eu te contar uma do remédio, antes de desligar: eu tive um AVC em outubro, mas pouca coisa, o único problema é que tô meio sem memória, a casa tá toda cheia de bilhete pra me lembrar do que esqueço. aí, outro dia, fui no banco e a Jacira, a moça da caixa, me perguntou qual era o remédio que eu tava tomando. E eu lembrava? Sabia que tinha a ver com tango, mas não lembrava o nome. Pensei, pensei... tango... Carlos Gardel... Gardel.... GARDENAL! Lógico! Assim não dá pra esquecer! Traz as fotos logo, viu meu filho?"

:) :) :)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Flavio Damm gosta do Gambrinus


Da esq. para direita: Taiane, Mateus, Damm e Flávio


Damm e Mateus: "Quer ver como a Nikon é resistente?"

Fotos de celular: Leticia Lampert


Um fotógrafo clássico gosta de restaurantes clássicos. Flávio Damm esteve em Porto Alegre por dois dias para organizar os preparativos da sua retrospectiva Flávio Damm, Preto no Branco que acontecerá em Porto Alegre a partir do dia 5/08, no MARGS. Aliás, quem diz que greves só atrapalham a vida? Foi por causa da greve dos correios que Flávio veio à cidade de onde saiu há 58 anos. Se aqui fosse a contracapa da ZH, certamente estaria escrito que ele é "fotógrafo gaúcho radicado no Rio de Janeiro". Ô gente que gosta dessa palavrinha feia, "radicado". Bem, tem gente que gosta do Inter, fazer o que, né? :) Cada um com seus cada qual, diria uma amiga filósofa-de-cervejaria. Voltando à vaca fria (ou ao "radicado"?), fomos almoçar com o Flávio, hoje, no Gambrinus. Estavam Mateus Bruxel (fotojornalista do Correio do Povo), Letícia Lampert (designer e artista plástica que, aliás, anda tri-grandona) e a Taiane Agnoletto (historiadora e mestranda em História na PUC, que está fazendo uma dissertação sobre, justamente, o José de Medeiros, fotógrafo, cineasta e, mais importante, ex-cunhado do Flávio Damm). Grande contador de histórias, poderíamos ter ficado juntos a tarde toda. Ele bem que tentou. Amarrava uma história na outra e a gente ia ficando, ficando, ficando... Droga é a tal da área azul (que venceu, e aliás beeem vencida!) e os compromissos de depois. A vida do dia-a-dia comendo nos calcanhares, pra variar. E, no fim, encontramos a Miriam Fichtner e o Carlos, seu marido. Ela, claro, gaúcha radicada no Rio... :)

P.S. 1. Flávio Damm tem 79 anos, foi fotógrafo da revista do Globo em Porto Alegre e, depois, da revista O Cruzeiro, no Rio de Janeiro. É um dos mais tradicionais e clássicos fotojornalistas em atividade no Brasil.

P.S. 2. Flávio contou uma história impagável sobre um português e seu papagaio. História que ele ficou de escrever e mandar para publicar aqui. Português e um papagaio, na mesma história. E NÃO era piada!!! ;)

terça-feira, 15 de julho de 2008

Fotógrafos da vida moderna


Aleksandr Rodtchenko ('Moça com Leica', 1934)
Pra quem for a São Paulo por agora (onde "por agora" = até 30/09), uma exposição mais que imperdível (o texto foi publicado na Ilustrada, Folha SP, dia 9/07/2008).

No Ibirapuera, MAC reúne mestres da foto
Exposição apresenta imagens de nomes importantes como Cartier-Bresson, Rodtchenko, Man Ray e Brassaï. Com trabalhos que pertenciam ao ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, "Fotógrafos da Vida Moderna" começa amanhã.
MARIO GIOIADA, REPORTAGEM LOCAL
Man Ray, Cartier-Bresson, Leni Riefenstahl, Robert Doisneau. Grandes nomes da história da fotografia, quase ausentes de coleções de instituições públicas brasileiras, cujas imagens poderão ser vistas a partir de amanhã no MAC (Museu de Arte Contemporânea) do parque Ibirapuera, na exposição "Fotógrafos da Vida Moderna".A mostra, com curadoria de Helouise Costa, pesquisadora e vice-diretora do museu, reúne 154 fotografias. Desse total, 124 pertenciam à coleção do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira e foram destinadas ao MAC, sob guarda provisória por decisão judicial.Complementam a mostra trabalhos já pertencentes ao acervo do museu e ao acervo do IEB (Instituto de Estudos Brasileiros). "Achei importante que as fotografias dialogassem com imagens que já estivessem em outros acervos", diz a curadora. Ela lembra que a coleção de Cid Ferreira tinha cerca de 1.500 fotografias, das quais aproximadamente mil ficaram com o MAC. Outras instituições públicas, como o Museu do Ipiranga, ficaram com o restante, também sob guarda provisória.Desde novembro de 2005, segundo Costa, os trabalhos estavam no MAC. O primeiro problema a resolver foi identificar todas as fotografias e fazer um inventário delas. "Tivemos de nos preparar para receber esse grande lote, adaptando a reserva técnica e acondicionando as obras de forma adequada."Para montar "Fotógrafos..." no MAC Ibirapuera, outro ponto problemático foi como apresentar a numerosa coleção, que vai desde precursores no meio, como Eadweard Muybridge (1830-1904) até nomes contemporâneos, como Tracey Moffatt, 47. Na primeira sala da exposição, já há diversas fotografias de Brassaï (1899-1984) e Man Ray (1890-1976), que são os nomes com mais obras representadas (11 e 14, respectivamente)."Nesse primeiro segmento, quis mostrar como foi construída a imagem do artista, a partir da colaboração mútua de nomes como Picasso e Chagall com os fotógrafos." Há registros raros, como o escultor Brancusi (1876-1957) de olhar perdido em seu ateliê, retratado por Steichen (1879-1973).Os cruzamentos entre o documental e a experimentação estão presentes na sala seguinte, que tem desde a impressionante "Moça com Leica" (1934), de Aleksandr Rodtchenko (1891-1956), até um registro bem-humorado de freiras no Rio, de Herbert List (1903-1975).Nas outras salas, há conjuntos raros, como o álbum de Jacques-Henri Lartigue (1894-1986) e o seu fascínio pelas máquinas modernas e seus movimentos, além de uma série de fotomontagens do escritor Jorge de Lima (1893-1953), pertencente ao IEB.

FOTÓGRAFOS DA VIDA MODERNA
Quando: de ter. a dom., das 10h às 18h; até 28/9
Onde: MAC-USP Ibirapuera - Pavilhão da Bienal, 3º andar (parque Ibirapuera, portão 3, tel. 0/xx/11/ 5573-5255); livre
Quanto: entrada franca

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Pra começar




A idéia é colocar aqui tudo o que me der na telha sobre fotografia. E estabelecer uma comunicação com quem gostar das coisas que gosto (com quem não gostar das coisas que gosto também vale). E, claro, poder publicar sem precisar ficar hooooooooooras discutindo com o Nede e com a Lúcia se vale ou não vale. Vida em comunidade é soda!!! :)