quinta-feira, 28 de abril de 2011

Migração

Dadas as dificuldades de edição que têm tornado o blogspot a cada dia menos amigável para postagens de textos e imagens, tenho usado - tão bissextamente quanto antes, é verdade - um outro endereço para minhas ideias, informações, dúvidas, imagens. O endereço é http://www.campodevisão.wordpress.com/. Apareça!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

"Viúvas", Terreira da Tribo





















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Como poucas pessoas vão ver (somente 48 por noite, poucas noites), acho que não mostro demais. São fotos da peça “Viúvas”, da Terreira da Tribo, encenada na ilha das Pedras Brancas, também conhecida como Ilha do Presídio. Neste local ficaram detidos alguns dos presos políticos do regime militar. A peça (“teatro de vivência”) fala disso, e um pouco mais.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sem (mais) palavras

A câmera universal

É comum alguém anunciar que não sabe desenhar. Mas será que desenhar tem a ver com saber, com alguma forma específica de conhecimento? É certamente muito mais raro alguém proclamar que não sabe fotografar. Talvez o cidadão admita que não domina um equipamento mais sofisticado, que lhe falta alguma técnica, mas é raro que declare que não sabe fotografar. E, no entanto, fotografia é algo que se ensina, que se aprende e se estuda.
Observe, por exemplo: quase todo mundo, quando começa a estudar fotografia, logo deixa de dizer máquina e passa a usar câmera. A máquina, de alguma forma, afasta o procedimento de captação de imagens daquilo que ele tem de mais humano. Dizer máquina nos transfere para um outro universo, menos pessoal, mais distante, nos transporta para o campo dos mecanismos, daquilo que não é de carne nem osso. Não que esse seja um mundo pior ou melhor, não é isso que interessa aqui. Ocorre que dizer câmera, em lugar de máquina, torna o universo da fotografia mais íntimo. A câmera, diferentemente da máquina, funciona como prolongamento do olho, do corpo, do imaginário daquele que fotografa.
Sim, fotografia é algo que se ensina. Portanto, aprende-se, estuda-se.  O aprendizado mais efetivo, obviamente, não é aquele que nivela, que comprime ou iguala os diferentes olhares. Não é à toa que o lugar privilegiado de estudo se chama universidade. O estudo mais efetivo reconhece as disparidades. Mais do que isso: alimenta-se e sobrevive dessas diferenças: fotografias experimentais, fotografias para imprensa, cores e preto e branco, instantâneos, imagens construídas, tomadas rápidas, ensaios cuidadosamente planejados, documentações de momentos decisivos ou da banalidade da nossa vida cotidiana. Aprende-se a dominar a câmera, aprende-se enquadramento, composição, atribuições de sentidos, ordenamentos, aprende-se que sempre se estará aprendendo e que sempre haverá algo para ensinar. O ensino nos deixa mais íntimos daquilo que nos propomos a examinar.
Isso vale tanto para a câmera mais sofisticada quanto para aquela mais rastaquera, que opera somente no automático. Câmera, não máquina.

Texto do Eduardo Veras para a Exposição Panorâmica, que abre amanha, 19h, na Galeria dos Arcos da Usina do Gasômetro. 

sábado, 25 de dezembro de 2010

Patti Smith

Patti Smith declara seu amor por Robert Mapplethorpe em livro de memórias
THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO



*Originalmente publicado na Folha de SP, do dia 22/12/2010

Quando "Só Garotos" venceu o National Book Awards há dois meses, a primeira coisa que a autora do livro pensou foi: "Que ótimo! Assim, muito mais gente vai conhecer o verdadeiro Robert!".

Cantora de rock, poeta, ícone cultural desde a década de 1970, a norte-americana Patti Smith levou 20 anos para terminar esse livro de memórias. Cumpriu assim uma promessa feita ao fotógrafo Robert Mapplethorpe feita poucos dias antes de sua morte, em 1989, em decorrência de Aids.
O casal se encontrou por acaso em Nova York, no verão de 1967, dois garotos pobres, muito pobres, mas com muita vontade de fazer arte. Ela escrevendo e desenhando. Ele pintando. Viraram nomes fundamentais para entender a arte norte-americana no século passado.
Em entrevista à Folha, Patti recordou seu namoro, e depois amizade, com o polêmico Mapplethorpe, fotógrafo de muitas fases mas habitualmente associado a suas séries de imagens de sadomasoquismo.
Ela lamenta não ter a posse de mais trabalhos da dupla. "Muita coisa está em museus e galerias. Eu tenho alguma coisa dessa época, não são muitos. Trabalhos foram perdidos, roubados, outros destruídos. Mas guardo muitos cadernos de anotações, poemas..."
Escrevendo sempre à mão, preencheu milhares de páginas para chegar ao livro. Hoje, acha graça de ter perdido um dos cadernos durante a preparação do material.
"Tive de reescrever o que estava ali. Semanas depois, achei o caderno perdido e vi que os dois estavam praticamente iguais. Foi incrível. Naquele momento eu ganhei a confiança que me faltava, vi que eu realmente tinha a história na minha cabeça.
Disciplinada, escreve todos os dias, mesmo agora, quando prepara seu novo álbum, o décimo de material inédito numa discografia iniciada em 1975, com o hoje clássico roqueiro "Horses".
"Escrevo sempre, desde que me lembro. Quando terminar de gravar o disco, é natural que eu trabalhe mais nas minhas anotações recentes. Preciso reler muita coisa para saber se ali tem algo que eu deva me esforçar para melhorar e talvez publicar. "
Ela diz não ter prazos nem para o disco nem para outros livros. "Tenho meu ritmo e preciso respeitá-lo."

Folha - "Só Garotos" conta uma história que acompanha você há muito tempo. Como foi o processo para escrever?
Patti Smith - Eu trabalhei no livro por alguns anos. Escrevia em meus cadernos, fazia anotações, e, às vezes, relia coisas antigas, cartas que Robert escreveu. E tenho muitos diários do tempo em que era mais nova, muitos mesmo, além de artigos que escrevi, diários. E muitas vezes eu apenas... pensava.
Sabe, muito de escrever é na verdade pensar, e ficava muito tempo pensando, até ter trechos completos de nossa história. Foi como montar um filme, eu queria ver o que estava escrevendo.
O processo tomou muito tempo porque muitas vezes me deixava triste, é difícil escrever sobre nós mesmos.
Como selecionou as fotos e desenhos incluídos no livro?
Eu queria que tudo ficasse bem intimista. Vi muitas fotografias, mas, no fim, deixei as que mostravam apenas Robert e eu. Tenho tantas com William S. Burroughs, muitas fotos com pessoas citadas no livro, mas, buscando essa aura de intimidade, tirei fora tudo que não mostrasse eu e Robert.
Meu trabalho, o trabalho dele, nós quando crianças, os dois juntos. Tentei escolher coisas que a maioria das pessoas não tinha visto.
Você e Mapplethorpe tinham um forte compromisso com a arte, desde muitos jovens, ele desenhando e você escrevendo. Mas conseguiram sucesso depois de mudanças, ele passou a fotografar e você virou cantora. Como você analisa hoje esses caminhos?
Eu ainda me surpreendo. É muito misterioso. Nunca tinha me visto como uma cantora de rock, ele nunca quis ser um fotógrafo. Um encorajou o outro em tudo, mas foi simplesmente o destino.
Ainda hoje fico espantada de viajar pelo mundo e cantar, nunca sonhei com isso, não desejava esse caminho quando era jovem. Acho que tanto eu como Robert temos muitas maneiras de expressar nossa arte.
Tenho certeza de que Robert, se estivesse vivo, teria deixado a fotografia para fazer outra coisa, porque me dizia que já tinha feito tudo o que queria na fotografia e estava pronto para mudar.
Quando escreveu o livro, sentiu que precisava mostrar outra visão do trabalho dele?
Eu quis mostrar às pessoas como ele era quando jovem, como ser humano e como artista. Na verdade, são minhas memórias sobre nós, e a maioria das pessoas não sabe nada sobre ele. Muito do que se pode ler sobre Robert foi escrito por pessoas que não chegaram a conhecê-lo, e é horrível tentar dizer coisas sobre a vida de um artista usando apenas sua obra.
Quem lê uma biografia de Robert escrita por alguém que não o conhecia não vai perceber sua magia, seu humor e sua doçura. O que pretendi, conhecendo Robert desde que tinha 20 anos, foi fazer um retrato real.
Como você define o trabalho de Mapplethorpe?
Por ser um grande conhecedor de arte, ele é muito clássico. Quando trabalhava com temas difíceis, como o lado marginal da vida, sadomasoquismo e outros aspectos da sexualidade, não estava interessado apenas em chocar as pessoas.
Ele fez uma coisa nova, mas de uma forma clássica. Eu considero Robert um artista, não só um fotógrafo. Um artista que tira fotos. Fomos privados de ver sua obra completa, ele morreu aos 42.
Você consegue imaginar sua carreira sem os anos em que viveu com ele, sem as coisas que passaram juntos?
Não. Eu não seria o que sou sem ele. Porque desde que o conheci, muito jovem, ele foi ajudante e meu confidente. Eu ainda analiso as coisas hoje pelo que aprendi com ele, enxergo obras de arte com os olhos dele. Foi muito, muito importante para mim. Eu me encontrei como artista bem nova, mas, quando me perdi, ele ficou do meu lado e me ajudou.
O que Mapplethorpe achava de sua música?
Ele gostava muito de dançar e acho que sempre esperava que eu escrevesse canções boas para dançar. Queria muito que eu chegasse às paradas, que lançasse canções de sucesso, de que as pessoas gostassem. Minhas músicas, pelo menos na América, muitas vezes não foram bem entendidas, mas ele tinha orgulho de mim.
Que tipo de música ele ouvia?
Música romântica, mas adorava mesmo o som da Motown, gostava também de Tim Buckley. Uma música que Robert adorava era "Sympathy for the Devil", dos Rolling Stones. Bom, estávamos juntos o tempo todo, então gostávamos das mesmas músicas, ouvíamos muito Janis Joplin. E a gente adorava dançar.
Quem lê o livro comenta seus encontros com celebridades como Jimi Hendrix, Janis Joplin, Allen Ginsberg...
Sim, isso fascina as pessoas, esse é o retorno que eu tenho dos leitores, mas devo deixar claras algumas diferenças entre aquela época e o culto da celebridade hoje.
Alguns desses nomes ainda não eram tão famosos, começavam a fazer sucesso. E é preciso lembrar que muitos moravam no mesmo hotel em que eu vivia.
Existia uma cena cultural, em que essas pessoas se encontravam em bares e lugares de shows. O importante é que era uma cena gregária, que reunia as pessoas. A cena de celebridades de hoje quer separar as pessoas, destacar quem é celebridade.
Hendrix e Janis eram muito acessíveis, queriam saber o que os outros faziam. Claro que eram estrelas de rock, eram grandes, mas não eram diferentes de nós, digo, de mim e Robert.
Janis vivia no mesmo hotel, a diferença é que o apartamento dela era imenso, e o meu, bem pequeno.
"Só Garotos" é, muitas vezes, um livro que fala de sobrevivência. Você e Mapplethorpe sem dinheiro para comer, cruzando a cidade em busca de um lugar para dormir, só com a roupa do corpo. Você acha que isso foi um passo necessário em sua carreira?
Para mim foi, mas sei que não tenho o histórico habitual dos artistas. Vim de uma família pobre, para mim não era algo tão diferente não ter dinheiro ou comida.
Estudei muito sobre artistas e compreendi, de um modo romântico, é verdade, que o artista tem de se sacrificar.
Não é fácil achar beleza em não ter dinheiro, comida ou aquecimento no inverno, mas isso me ajudou. Apesar de tudo, eu era feliz e livre. Não ter nada pode dar a você uma estranha e boa sensação de liberdade.
Nova York não é mais tão receptiva aos jovens?
A diversidade a torna fascinante, mas, comparada ao lugar que conheci nos anos 1960, se tornou muito cara.
Isso torna mais difícil que os jovens consigam se desenvolver, essa dificuldade tende a empurrá-los para outros lugares. Naqueles dias a cidade era muito mais receptivas a artistas que não tinham nada além de seus sonhos.


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Da Folha










Fotos de cineasta envolvem em mistério imagens improváveis

FABIO CYPRIANO, DE SÃO PAULO

As imagens que o diretor alemão Wim Wenders apresenta a partir de amanhã em mostra no Masp (Museu de Arte de São Paulo) não têm nada a ver com seus longas.

Ao menos do ponto de vista da realização.

"Minhas fotos são um produto totalmente autônomo.

Viajo sozinho e no mínimo uma vez por ano para realizá-las. Às vezes, faço também imagens enquanto rodo um filme, mas nunca do set", disse Wenders à Folha, fazendo questão de caminhar e contar a origem de cada uma à reportagem.

As 23 imagens em exposição foram feitas em quase todos os continentes do planeta. Japão, Austrália, Armênia, Estados Unidos, Alemanha e Brasil são alguns dos países retratados por ele.

No entanto, ao contrário da obra cinematográfica, que sempre usa a identidade de cidades como parte essencial da trama -caso de Berlim, em "Asas do Desejo" (1987), ou de Los Angeles, em "O Fim da Violência" (1997)-, suas fotografias são misteriosas, dando poucas pistas de suas origens.

Há imagens de desertos na Austrália e nos EUA, grandes cidades como São Paulo ou Berlim, mas identificar cada local não é tão fácil.

A imagem paulistana, por exemplo, é uma panorâmica da cidade feita do alto de um edifício no centro, que tem em primeiro plano um maquinário verde, provavelmente para ventilação. Pequenas plantas crescem dentro deles. Aqui, vê-se como Wenders foge dos estereótipos de cartões postais.

Essa espécie de deslocamento pode confundir quem vir a imagem com os grafites da dupla Osgemeos.

"Essa foto é meio paulista, meio alemã", brinca Wenders, que explica ter feito a imagem em Wuppertal, na Alemanha, recentemente, enquanto preparava seu novo filme, "Pina".

Essa mescla de imagens de primeiro plano estranhas e quase irreais, colocadas em contextos de difícil identificação, segue praticamente em toda a exposição, como um improvável dinossauro no deserto de Mojave, na Califórnia.

Já outra diferença entre seus longas e suas fotos é que, enquanto no cinema Wenders usa o sistema digital, em suas fotografias, ele usa o analógico: "Nelas, não tem nada de efeitos especiais ou de manipulação digital".

Diretor tenta levar às telas melancolia das obras de Hopper

ANDRÉ BARCINSKI, CRÍTICO DA FOLHA

Wim Wenders nasceu em 1945, no fim da Segunda Guerra. Como muitos jovens alemães de sua geração, foi fortemente impactado pela cultura pop dos EUA.

"Cresci em Düsseldorf, uma cidade 80% destruída pela guerra", diz. Vieram então os quadrinhos, o rock and roll e, finalmente, o cinema de Hollywood. Ele próprio consente que seus temas centrais são a americanização da Alemanha e seu devastador efeito na juventude.

Especialmente nos primeiros anos, Wenders buscou externar os sentimentos de solidão, deslocamento e melancolia de sua geração. Por isso foi chamado de "o existencialista" dos cineastas alemães do fim dos anos 60.

Não é à toa que Wenders fez tantos "road movies", sendo ele próprio um nômade que só passou a se interessar de fato por cinema em Paris, onde foi tentar a carreira de pintor e descobriu a Cinemateca Francesa.

Logo ficou obcecado pelo cinema de gênero americano, especialmente faroestes e dramas. Idolatrava John Ford e Anthony Mann. Se herdou o rigor estético de seus mestres, certamente não emulou Mann e Ford quanto à eficiência narrativa.

"Eu concordo que meu ponto mais fraco é a narrativa." Sempre se disse mais interessado nas sensações que a imagem pode transmitir do que em contar uma história.

Mais que o próprio cinema, o que ajudou a moldar seu estilo foi a adoração pela pintura, especialmente a de Edward Hopper (1882-1967).

Se fosse possível definir uma carreira tão bonita em uma frase, poderia ser dito que ele tenta passar para o cinema a nostalgia, a melancolia e o senso de isolamento das telas de Hopper.

"Não quero impor minhas histórias"

Em entrevista à Folha, Wim Wenders diz que futuro do documentário é o 3D, feito para "representar a realidade"

Diretor diz que esperou 20 anos pela tecnologia 3D para poder filmar a dança de Pina Bausch de maneira correta

Wenders conversou com a Folha anteontem à tarde, no Masp, enquanto passeava pelas 23 fotografias que compõem sua exposição. Depois saiu andando, anônimo, pelo vão do museu. Confira a seguir trechos da entrevista. (JULIANA VAZ)

Folha - O sr. disse, certa vez, que era um criador de imagens e se tornou um contador de histórias. Como se deu essa passagem?

Wim Wenders - Em meus primeiros filmes, eu estava interessado nas imagens, mais do que nas histórias. Minhas primeiras histórias eram bem frouxas, elas tentavam seguir certa cronologia, alguém caminha por uma cidade e isso é a história-este sou eu cineasta.

Como fotógrafo eu me organizo de uma forma muito diferente. Não quero me impor, quero deixar o lugar aparecer como é, e é por isso que faço fotografias grandes. Se você fica diante delas tem também a chance de estar lá.

A exposição se chama "Lugares, Estranhos e Quietos"...

Sou atraído por lugares bem estranhos, mas com uma beleza própria. Às vezes eles estão abandonados, ou perdidos, esquecidos. E às vezes os encontro mesmo que as pessoas que moram lá não saibam que eles existem, como este grafite dos nossos amigos brasileiros Otávio e... [aponta para uma das fotografias, que mostra uma obra de Otávio e Gustavo Pandolfo, da dupla Osgemeos].

Em Wuppertal, nenhum dos 35 dançarinos de Pina Bausch, que moravam lá, tinha ouvido falar deles.

O sr. esteve aqui há dois anos. Como vê São Paulo?

O engraçado em São Paulo é esta mistura: ser tão anos 50 e 60, e ainda ter um toque futurista. Eu gosto muito deste edifício, é muito de um sonho dos anos 50 e 60, e ainda fica de pé. É grande arquitetura e ainda há certa utopia, ainda que não seja nova.

Seu próximo filme, "Pina", é em 3D. É o futuro do cinema?

Sim, mas o 3D é sobretudo o futuro do documentário. Ele foi feito para representar a realidade, muito mais que a fantasia. Por 20 anos, hesitei em fazer o filme, pois achava que não podia mostrar o trabalho de Pina corretamente em um filme plano normal, porque a dança depende muito do espaço.

Achei que tiraria alguns elementos da dança se filmasse em duas dimensões. Infelizmente ela morreu antes de começarmos a filmar, mas ela sabia que seria em 3D e ficou feliz.

Como sentiu a morte de Dennis Hopper?

Dennis era um amigo muito muito querido, falamos muito por telefone no seu último ano, e ele estava ciente do que estava acontecendo. Ele foi corajoso e manteve o humor até o fim.

Sua versão de "Até o Fim do Mundo", tem quase 5 horas.

A versão curta foi mutilada, este é o filme que eu queria fazer, e pude editá-lo só dez anos depois. A versão curta foi uma experiência muito triste porque fui forçado a lançar o filme pela metade. Esta é a única versão, a coisa mais ambiciosa que já fiz e estou muito orgulhoso.

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WIM WENDERS - LUGARES ESTRANHOS E QUIETOS

QUANDO abertura amanhã para convidados; de terça a domingo, das 11h às 18h, quintas, das 11h às 20h; até 9/1

ONDE Masp (av. Paulista, 1.578, tel. 0/xx/11/3521-5644)
QUANTO de R$ 7 a R$ 15; grátis às terças

Fonte: Folha de São Paulo, de 19/10/2010.